A crise rebentou. A economia ruma da estagnação à recessão com as previsões de crescimento a indicar que países há onde ela já chegou, e nos outros que está a chegar. De pantufas vai-se instalando o clima propício aos tempos difíceis que se avizinham.
Mas como aconteceu? Muitos comentaristas dizem que haviam previsto esta calamidade. Falam difícil, dos mecanismos económicos que não funcionaram, dos "crimes" e "deturpações" que um bando de gestores sem escrúpulos desenvolveram. O centro da crise não está em quaisquer desvios no funcionamento do sistema, mas antes nos seus próprios fundamentos, na exploração do homem pelo homem, na busca incessante de mais e mais lucros, na quebra tendencial da taxa de lucro, conjugada com a crescente incorporação de capital orgânico do processo produtivo, que conduz ao desvio dos investimentos da esfera produtiva para a esfera financeira. Não há muito, aqueles que proclamavam o carácter avançado e inovador do sistema financeiro – que criava produtos financeiros atractivos, dizem hoje haver previsto a falência e descalabro dos mesmos.
A actual crise do sistema capitalista traz para a ordem do dia a necessidade de uma política alternativa. A ruptura com as dinâmicas e paradigmas que nos últimos 32 anos conduziram o país – menos Estado, mercado como fim último da política económica… redundaram num enorme falhanço, no agravar das desiguldades, no concetrar da riqueza nas mãos dos de sempre. Sócrates, Soares, Alegre, Louça, não definindo claramente esta necessidade, cumprem o seu papel histórico de ludibriar os trabalhadores.
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